segunda-feira, 19 de setembro de 2016

História da Música

História da Música

Podemos dizer que a “Música” é a arte de combinar os sons e o silêncio. Se pararmos para perceber os sons que estão a nossa volta, concluiremos que a música é parte integrante da nossa vida, ela é nossa criação quando cantamos, batucamos ou ligamos um rádio ou TV. Hoje a música se faz presente em todas as mídias, pois ela é uma linguagem de comunicação universal, é utilizada como forma de “sensibilizar” o outro para uma causa de terceiro, porém esta causa vai variar de acordo com a intenção de quem a pretende, seja ela para vender um produto, ajudar o próximo, para fins religiosos, para protestar, intensificar noticiário, etc.
A música existe e sempre existiu como produção cultural, pois de acordo com estudos científicos, desde que o ser humano começou a se organizar em tribos primitivas pela África, a música era parte integrante do cotidiano dessas pessoas. Acredita-se que a música tenha surgido há 50.000 anos, onde as primeiras manifestações tenham sido feitas no continente africano, expandindo-se pelo mundo com o dispersar da raça humana pelo planeta. A música, ao ser produzida e/ou reproduzida, é influenciada diretamente pela organização sociocultural e econômica local, contando ainda com as características climáticas e o acesso tecnológico que envolvem toda a relação com a linguagem musical. A música possui a capacidade estética de traduzir os sentimentos, atitudes e valores culturais de um povo ou nação. A música é uma linguagem local e global.
Na pré-história o ser humano já produzia uma forma de música que lhe era essencial, pois sua produção cultural constituída de utensílios para serem utilizados no dia-a-dia, não lhe bastava, era na arte que o ser humano encontrava campo fértil para projetar seus desejos, medos, e outras sensações que fugiam a razão. Diferentes fontes arqueológicas, em pinturas, gravuras e esculturas, apresentam imagens de músicos, instrumentos e dançarinos em ação, no entanto não é conhecida a forma como esses instrumentos musicais eram produzidos.
Das grandes civilizações do mundo antigo, foram encontrados vestígios da existência de instrumentos musicais em diferentes formas de documentos. Os sumérios, que tiveram o auge de sua cultura na bacia mesopotâmia a milhares de anos antes de Cristo, utilizavam em sua liturgia, hinos e cantos salmodiados, influenciando as culturas babilônica, caldéia, e judaica, que mais tarde se instalaram naquela região.
A cultura egípcia, por volta de 4.000 anos a.C., alcançou um nível elevado de expressão musical, pois era um território que preservava a agricultura e este costume levava às cerimônias religiosas, onde as pessoas batiam espécies de discos e paus uns contra os outros, utilizavam harpas, percussão, diferentes formas de flautas e também cantavam. Os sacerdotes treinavam os coros para os rituais sagrados nos grandes templos. Era costume militar a utilização de trompetes e tambores nas solenidades oficiais.
Na Ásia, a 3.000 a.C., a música se desenvolvia com expressividade nas culturas chinesa e indiana. Os chineses acreditavam no poder mágico da música, como um espelho fiel da ordem universal. A “cítara” era o instrumento mais utilizado pelos músicos chineses, este era formado por um conjunto de flautas e percussão. A música chinesa utilizava uma escala pentatônica (cinco sons). Já na Índia, por volta de 800 anos a.C., a música era considerada extremamente vital. Possuíam uma música sistematizada em tons e semitons, e não utilizavam notas musicais, cujo sistema denominava-se “ragas”, que permitiam o músico utilizar uma nota e exigia que omitisse outra.
A teoria musical só começou a ser elaborada no século V a.C., na Antiguidade Clássica. São poucas as peças musicais que ainda existem deste período, e a maioria são gregas. Na Grécia a representação musical era feita com letras do alfabeto, formando “tetracordes” (quatro sons) com essas letras. Foram os filósofos gregos que criaram a teoria mais elaborada para a linguagem musical na Antiguidade. Pitágoras acreditava que a música e a matemática formavam a chave para os segredos do mundo, que o universo cantava, justificando a importância da música na dança, na tragédia e nos cultos gregos.
É de conhecimento histórico que os romanos se apropriaram da maioria das teorias e técnicas artísticas gregas e no âmbito da música não é diferente, mas nos deixaram de herança um instrumento denominado “trompete reto”, que eles chamavam de “tuba”. O uso do “hydraulis”, o primeiro órgão cujos tubos eram pressionado pela água, era freqüente.
Hoje é possível dividir a história da música em períodos específicos, principalmente quando pretendemos abordar a história da música ocidental, porém é preciso ficar claro que este processo de fragmentação da história não é tão simples, pois a passagem de um período para o outro é gradual, lento e com sobreposição. Por volta do século V, a igreja católica começava a dominar a Europa, investindo nas “Cruzadas Santas” e outras providências, que mais tarde veio denominar de “Idade das Trevas” (primeiro período da Idade Média) esse seu período de poder.
A Igreja, durante a Idade Média, ditou as regras culturais, sociais e políticas de toda a Europa, com isto interferindo na produção musical daquele momento. A música “monofônica” (que possui uma única linha melódica), sacra ou profana, é a mais antiga que conhecemos, é denominada de “Cantochão”, porém a música utilizada nas cerimônias católicas era o “canto gregoriano”. O canto gregoriano foi criado antes do nascimento de Jesus Cristo, pois ele era cantado nas sinagogas e países do Oriente Médio. Por volta do século VI a Igreja Cristã fez do canto gregoriano elemento essencial para o culto. O nome é uma homenagem ao Papa Gregório I (540-604), que fez uma coleção de peças cantadas e as publicou em dois livros: Antiphonarium e as Graduale Romanum. No século IX começa a se desenvolver o “Organum”, que são as primeiras músicas polifônicas com duas ou mais linhas melódicas. Mais tarde, no século XII, um grupo de compositores da Escola de Notre Dame reelaboraram novas partituras de Organum, tendo chegado até nós os nomes de dois compositores: Léonin e Pérotin. He also began the “Schola Cantorum” that gave great development to the Gregorian chant.
A música renascentista data do século XIV, período em que os artistas pretendiam compor uma música mais universal, buscando se distanciarem das práticas da igreja. Havia um encantamento pela sonoridade polifônica, pela possibilidade de variação melódica. A polifonia valorizava a técnica que era desenvolvida e aperfeiçoada, característica do Renascimento. Neste período, surgem as seguintes músicas vocais profanas: a “frótola”, o “Lied” alemão, o Villancico”, e o “Madrigal” italiano. O “Madrigal” é uma forma de composição que possui uma música para cada frase do texto, usando o contraponto e a imitação.
Os compositores escreviam madrigais em sua própria língua, em vez de usar o latim. O madrigal é para ser cantado por duas, três ou quatro pessoas. Um dos maiores compositores de madrigal elisabetano foi Thomas Weelkes.
Após a música renascentista, no século XVII, surgiu a “Música Barroca” e teve seu esplendor por todo o século XVIII. Era uma música de conteúdo dramático e muito elaborado. Neste período estava surgindo a ópera musical. Na França os principais compositores de ópera eram Lully, que trabalhava para Luis XIV, e Rameau. Na Itália, o compositor “Antonio Vivaldi” chega ao auge com suas obras barrocas, e na Inglaterra, “Haëndel” compõe vários gêneros de música, se dedicando ainda aos “oratórios” com brilhantismo. Na Alemanha, “Johann Sebastian Bach” torna-se o maior representante da música barroca.
A “Música Clássica” é o estilo posterior ao Barroco. O termo “clássico” deriva do latim “classicus”, que significa cidadão da mais alta classe. Este período da música é marcado pelas composições de Haydn, Mozart e Beethoven (em suas composições iniciais). Neste momento surgem diversas novidades, como a orquestra que toma forma e começa a ser valorizada. As composições para instrumentos, pela primeira vez na história da música, passam a ser mais importantes que as compostas para canto, surgindo a “música para piano”. A “Sonata”, que vem do verbo sonare (soar) é uma obra em diversos movimentos para um ou dois instrumentos. A “Sinfonia” significa soar em conjunto, uma espécie de sonata para orquestra. A sinfonia clássica é dividida em movimentos. Os músicos que aperfeiçoaram e enriqueceram a sinfonia clássica foram Haydn e Mozart. O “Concerto” é outra forma de composição surgida no período clássico, ele apresenta uma espécie de luta entre o solo instrumental e a orquestra. No período Clássico da música, os maiores compositores de Óperas foram Gluck e Mozart.
Enquanto os compositores clássicos buscavam um equilíbrio entre a estrutura formal e a expressividade, os compositores do “Romantismo” pretendem maior liberdade da estrutura da forma e de concepção musical, valorizando a intensidade e o vigor da emoção, revelando os pensamentos e sentimentos mais profundos. É neste período que a emoção humana é demonstrada de forma extrema. O Romantismo inicia pela figura de Beethoven e passa por compositores como Chopin, Schumann, Wagner, Verdi, Tchaikovsky, R. Strauss, entre outros. O romantismo rendeu frutos na música, como o “Nacionalismo” musical, estilo pelo qual os compositores buscavam expressar de diversas maneiras os sentimentos de seu povo, estudando a cultura popular de seu país e aproveitando música folclórica em suas composições. A valsa do estilo vienense de Johann Strauss é um típico exemplo da música nacionalista.
O século XX é marcado por uma série de novas tendências e técnicas musicais, no entanto torna-se imprudente rotular criações que ainda encontra-se em curso. Porém algumas tendências e técnicas importantes já se estabeleceram no decorrer do século XX. São elas: Impressionismo, Nacionalismo do século XX, Influências jazzísticas, Politonalidade, Atonalidade, Expressionismo, Pontilhismo, Serialismo, Neoclassicismo, Microtonalidade, Música concreta, Música eletrônica, Serialismo total, e Música Aleatória. Isto sem contar na especificidade de cada cultura. Há também os músicos que criaram um estilo característico e pessoal, não se inserindo em classificações ou rótulos, restando-lhes apenas o adicional “tradicionalista”.
Fontes
BENNETT, Roy. Uma breve história da música.Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
COLL, César, TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte. São Paulo: Ática, 2000.

História do Rock

Estilo musical mais popular no mundo ocidental, o Rock ou Rock and Roll surgiu e se firmou no sul dos Estados Unidos durante a década de 50, tendo rapidamente se espalhado por todo o mundo. Embora no início da história do Rock, o instrumento principal fosse o saxofone, hoje em dia os instrumentos musicais mais utilizados são a guitarra elétrica, o baixo, a bateria e o teclado.
Década de 50
O Rock surgiu na década de 50 através da mistura de três gêneros musicais: Blues, Country e Jazz. Assim, surgiu o Classic Rock, uma mistura de vários gêneros musicais. Nesse período do Classic Rock surgiu Elvis Presley, considerado por muitos como o “o rei do rock”.
Década de 60
Tal período foi o mais popular e prolífero do Rock. A combinação do movimento antiguerra e o crescimento do uso de drogas registrado na época originou o pensamento da década. Bandas famosíssimas como Beatles, Rolling Stones, The Doors e Pink Floyd surgiram. Foi neste período que surgiu o famoso lema: “Sexo, drogas e Rock’n’Roll.”
Década de 70
Nesta fase, a “agressividade” do Rock dos anos 60 havia se esfriado um pouco, proporcionando o retorno de um estilo mais direto e primitivo. Foi na década de 70 que surgiu o Punkrock, o conceito do “faça você mesmo” tomou conta do mundo inteiro através das bandas The Ramones, Iggy Pop & The Stooges e Sex Pistols. Além destes, outros lendários grupos musicais surgiram neste período: Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, KISS e Aerosmith, por exemplo.
Década de 80
Foi marcada pelo peso, atitude e a comercialização. Na questão do peso, surgiu o Heavy Metal, representado por bandas como Iron Maiden e Judas Priest. Além disso, nos anos 80 surgiu o Alternative Rock, gênero musical criado pelas bandas undergrounds que não tinham apoio das grandes gravadoras e que passaram a lançar seus discos de forma independente.
Década de 90
Sem dúvida, foi a época do hard rock, liderado pela banda Guns N'Roses (para se ter uma ideia, o estoque dos discos da banda não duravam nem 24 horas nas lojas). Também foi na década de 90 que surgiu o “grunge”, estilo que tem como características musicais o menor cuidado na polidez do som (grunge tem um significado próximo a "sujo" na língua inglesa) e a criação de letras relacionadas com a depressão e a angústia. Algumas importantes bandas desta fase: U2, Pearl Jam, Nirvana, Foo Fighters, Red Hot Chili Peppers, Dream Theater, Coldplay, Blink-182 e Green Day.
Cenário atual
No início do século atual, o Rock começou a perder grande parte de seu espaço para o Pop. Contudo, uma nova vertente do estilo, a qual relaciona o rock com a diversidade da música surgiu. Assim, se tornou um elemento crucial para os rockeiros do século XXI a aceitação da heterogeneidade e a exaltação de toda a história do rock.

História do Samba

samba é considerado por muitos críticos de música popular, artistas, historiadores e cientistas sociais como o mais original dos gêneros musicais brasileiros ou o gênero musical tipicamente brasileiro. A despeito da centralidade ou não do samba como gênero musical nacional, sua origem (ou a história de sua origem) nos traz o registro de uma imensa mistura de ritmos e tradições que atravessam a história do país.
O samba originou-se dos antigos batuques trazidos pelos africanos que vieram como escravos para o Brasil. Esses batuques estavam geralmente associados a elementos religiosos que instituíam entre os negros uma espécie de comunicação ritual através da música e da dança, da percussão e dos movimentos do corpo. Os ritmos do batuque aos poucos foram incorporando elementos de outros tipos de música, sobretudo no cenário do Rio de Janeiro do século XIX.
A partir do século XIX, a cidade do Rio de Janeiro, que se tornara a capital do Império, também passou a comportar uma leva de negros vindos de outras regiões do país, sobretudo da Bahia. Foi nesse contexto que nasceram os aglomerados em torno das religiões iorubás na região central da cidade, principalmente na região da Praça Onze, onde atuavam mães e pais de santo. Foi nessa ambiência que as primeiras rodas de samba apareceram, misturando-se os elementos do batuque africano com a polca e o maxixe.
A palavra samba remete, propriamente, à diversão e à festa. Porém, como o tempo, ela passou a significar a batalha entre especialistas no gênero, a batalha entre quem improvisava melhor os versos na roda de samba. Um dos seguimentos do samba carioca, o partido alto, caracterizou-se por isso. Como disse o pesquisador Marco Alvito em referência à história da palavra:
“Um das possíveis origens, segundo Nei Lopes, seria a etnia quioco, na qual samba significa cabriolar, brincar, divertir-se como cabrito. Há quem dia que vem do banto semba, como o significado de umbigo ou coração. Parecia aplicar-se a danças nupciais de Angola caracterizadas pela umbigada, em uma espécie de ritual de fertilidade. Na Bahia surge a modalidade samba de roda, em que homens tocam e só as mulheres dançam, uma de cada vez. Há outras versões, menos rígidas, em que um casal ocupa o centro da roda. (ALVITO, Marcos. Samba. In: Revista de história da Biblioteca Nacional. Ano 9. nº 97. Outubro, 2013. p 80). ”
Como referido, esse samba de roda determinou a essência do samba tipicamente carioca, isto é, seu caráter coletivo, com versos de improviso e refrões cantados em grupo. Na virada do século XIX para o século XX, o samba foi se afirmando como gênero musical popular dominante nos subúrbios e, depois, nos morros cariocas. Dois sambistas ficaram muito conhecidos nesse contexto: João da Baiana (1887-1974), filho da baiana Tia Perciliana, de Santo Amaro de Purificação, que gravou o samba “Batuque na cozinha”, e Donga (Joaquim Maria dos Santos) (1890-1974), que gravou, em 1917, aquele que ficou conhecido como o primeiro samba registrado em gravadoras: “Pelo telefone”.
A partir dos anos 1930, o samba ganhou grande espaço na indústria fonográfica e também foi usado pela política ditatorial de Getúlio Vargas na época do Estado Novo. Um dos grandes estudiosos das raízes do samba também era sambista e figurou entre os nomes que se alastraram no Rio de Janeiro nos anos 1930. Seu apelido era “Almirante”, seu nome era Henrique Foreis Domingues (1908 - 1980), que depois se tornou radialista. Almirante integrou o grupo “Bando dos Tangarás” junto a Noel Rosa na Vila Isabel. Sua obra No tempo de Noel Rosa busca por elementos folclóricos do samba urbano desenvolvido no Rio e relaciona esse gênero com as várias influências de outros ritmos musicais de várias partes do Brasil. Nomes como Wilson Batista, Noel Rosa, Cartola e Nelson Cavaquinho também se tornaram referência desse período.

HIstória da Música Sertaneja

A ORIGEM E HISTÓRIA DA MUSICA SERTANEJA!

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A música sertaneja surgiu ainda na década de 10. O pioneiro desse gênero foi o jornalista e escritor Cornélio Pires que costumava trazer para os grandes centros os costumes dos caipiras. Desde encenações teatrais a cantores de estilos como o catira, etc. Em 1912 Cornélio lançou um livro chamado Musa Caipira, que trazia versos típicos. No início da década de 20 uma instituição liderada por Mario de Andrade promoveu uma semana para divulgação da arte brasileira, onde pela primeira vez foi montado um grupo intitulado de sertanejo, com instrumentos simples como a viola caipira, misturando alguns ritmos como o Catira, Moda de Viola, Lundu, Cururu, etc, valorizando ainda mais o trabalho de Cornélio Pires. O primeiro registro de um grupo de música sertaneja foi datado de 1924 (A Turma Caipira de Cornélio Pires), formada por violeiros como Caçula e Sorocabinha e alguns outros tão importantes da época. O primeiro registro fonográfico do estilo deu-se em 1929 quando Cornélio Pires, desacreditado pela gravadora Colúmbia, resolveu bancar do seu próprio bolso a gravação e edição do primeiro álbum, que em poucos dias de lançamento esgotou-se nas lojas. Começava daí o interesse pelo estilo por parte das gravadoras. Assim como na música Country americana, uma gravadora que se interessou pela gravação desse trabalho foi a RCA-Victor que convidou o violeiro Mandy para montar um outro grupo intitulado Turma Caipira da Victor, nascendo uma concorrência sadia entre os dois grupos e as duas gravadoras. Já com inúmeros adeptos e crescendo a cada ano mais e mais, na década de 20 começaram a surgir as primeiras duplas como Mariano e Caçula, Zico e Ferrinho, Sorocabinha e Mady, na maioria violeiros das turmas do Cornélio e da Víctor. Na década de 30 surge, sem dúvida, uma das mais importantes duplas sertanejas de todos os tempos (Alvarenga e Ranchinho) que além de tudo eram muito alegres e engraçados. Uma curiosidade sobre a dupla é que de tanta “descontração” foram presos pelo governo de Getúlio Vargas. E muitas outras duplas formaram-se, algumas trazendo a tristeza do sertanejo no peito, outras mostrando o lado alegre do caipira, etc. No Ano de 1939 a dupla Raul Torres e Serrinha inovaram introduzindo na música sertaneja o violão. Mais para frente Raul Torres e Serrinha inovaram novamente criando o primeiro programa de rádio dedicado à música sertaneja, transmitido pela Rádio Record, com a participação de José Rielli, o programa chamava-se Três Batutas do Sertão. Surgiram vários nomes importantes da música sertaneja e o movimento que até então era apenas do eixo São Paulo-Minas Gerais passou a se expandir por todo o país, nascendo influências regionais como as do Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco (Estado de Raul Torres), Mato Grosso, etc.
O TERMO
O termo sertanejo, do qual a expressão música sertaneja deriva, significa o habitante do sertão nordestino, isto é, a região seca do Nordeste brasileiro. Entretanto, o gênero Música Sertaneja, se refere atualmente não à música da região sertaneja, mas à música originalmente produzida e consumida na área cultural caipira, localizada ao Sul da área sertaneja
AS TRÊS FASES DA MUSICA SERTANEJA
A história da música sertaneja pode ser dividida em três fases, levando em consideração as inovações que vão sendo introduzidas no gênero. De 1929 até 1944, como música caipira ou música sertaneja raiz; do pós-guerra até os anos 60, numa fase de transição; e do final dos anos 60 até a atualidade, como música sertaneja romântica.
Primeira fase (1929 – 1944)
Na primeira fase os cantadores interpretavam modas-de-viola e toadas, canções estróficas que após uma introdução da viola denominada “repique” falavam do universo sertanejo numa temática essencialmente épica, muitas vezes satírico-moralista e menos freqüentemente amorosa. Os duetos em vozes paralelas eram acompanhados pela viola caipira, instrumento de cordas duplas e vários sistemas de afinação (como cebolinha, cebolão, rio abaixo) e mais tarde também pelo violão. Artistas representativos desta tendência, mesmo que gravando em época posterior, são Cornélio Pires e sua “Turma”, Alvarenga e Ranchinho, Torres e Florêncio, Tonico e Tinoco, Vieira e Vieirinha, Pena Branca e Xavantinho.
Segunda fase (1945 – anos 60)
Os intérpretes mais famosos de música caipira são a dupla Tonico e Tinoco. Em 1946, eles gravaram «Chico Mineiro», de Tonico e Francisco Ribeiro (Continental 15.681), um clássico da música caipira que narra a história de um boiadeiro que descobre ser irmão de seu vaqueiro (Chico Mineiro). Mas este parentesco só é revelado após a morte de Chico. Tonico e Tinoco, em sua performance usam somente a viola caipira e o violão acústico como instrumentos acompanhadores, e como todas as duplas de música sertaneja raiz cantam toda a peça num dueto com vozes paralelas num intervalo de terça. Uma narrativa típica descreve a dureza da vida no sertão e o caráter reservado do sertanejo. Os personagens principais da música caipira são ou vaqueiros, ou os animais com quem o vaqueiro lida no seu cotidiano: gado, mulas, pássaros, etc. O caráter das peças é épico nas narrativas que falam da vida, morte, e fatalidades da vida no sertão
Após a guerra introduzem-se instrumentos (harpa, acordeom), estilos (duetos com intervalos variados, estilo mariachi) e gêneros (inicialmente a guarânia e a polca paraguaia e mais tarde o corrido e a canção ranchera mexicanos). Surgem novos ritmos como o rasqueado (andamento moderado entre a polca paraguaia e a guarânia), a moda campeira e o pagode (mistura de catira e recortado). A temática vai ficando gradualmente mais amorosa, conservando, no entanto um caráter autobiográfico. Artistas desta fase de transição são Cascatinha e Inhana, José Fortuna (adaptador da guarânia), Luizinho, Limeira e Zezinha (lançadores da música campeira), Nhô Pai (criador do rasqueado), Irmãs Galvão, Irmãs Castro, Sulino e Marrueiro, Palmeira e Biá, Tião Carreiro (criador do pagode) e Pardinho e, já na década de 70, Milionário e José Rico.
Fase Romantica
A fase moderna da música sertaneja inicia-se no final dos anos 60 com a introdução da guitarra elétrica e o chamado “ritmo jovem”, por Leo Canhoto e Robertinho. O modelo é a Jovem Guarda, sendo que um de seus integrantes, Sérgio Reis, começa a gravar o repertório tradicional sertanejo, contribuindo para a penetração mais ampla do gênero. Nesta modalidade de música sertaneja os cantores alternam solos e duetos para apresentar canções, muitas vezes em ritmo de balada, que tratam principalmente de amor romântico, de clara inspiração urbana. Algumas canções classificadas como sertanejas nas paradas de sucesso são às vezes interpretadas totalmente por solistas dispensando o recurso tradicional da dupla. Os arranjos instrumentais dessas músicas adicionam instrumentos de orquestra além da base de rock, já incorporada ao gênero. Artistas representativos desta última tendência são Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano, Christian e Half, Trio Parada Dura, Chico Rei e Paraná, João Mineiro e Marciano, Nalva Aguiar e Roberta Miranda.
No final dos anos 60 o duo Leo Canhoto e Robertinho introduziram a guitarra elétrica na música sertaneja, começando uma tendência seguida por vários músicos. «Soldado sem farda» de Leo Canhoto, é um exemplo típico: instrumentação básica de rock (guitarra elétrica, baixo elétrico, e bateria) e a batida chamada de «ritmo jovem». A canção, escrita durante a ditadura militar, argumenta que o trabalhador rural é tão defensor da pátria quanto o «soldado fardado.
Um marco na música sertaneja romântica é a canção «Fio de Cabelo» de Marciano e Darcy Rossi, interpretada pela dupla Chitãozinho e Xororó. A canção menciona um fio de cabelo encontrado num paletó, um remanescente de uma relação amorosa. É escrita em ritmo de guarânia, que como disse acima, foi incorporado ao gênero.
O estilo musical de «Fio de cabelo» se encontra bastante distante da tradicional música caipira. Enquanto as modas e toadas caipiras têm um contorno melódico mais próximo da linguagem falada, a melodia ondulada da música sertaneja romântica cobre uma extensão grande de notas. Enquanto os cantadores caipiras narram suas canções épicas e bucólicas, acompanhados por viola e violão acústicos, os cantores de música sertaneja romântica, interpretam suas canções de amor acompanhados por uma orquestra de dança (cordas, sopros, bateria, guitarra elétrica e ou teclado eletrônico, e baixo elétrico).
 Durante os anos oitenta, houve uma exploração comercial massificada do sertanejo, somado, em certos casos, à uma releitura de sucessos internacionais e mesmo da Jovem Guarda. Dessa nova tendência romântica da música sertaneja surgiram inúmeros artistas, quase sempre em duplas, entre os quais, Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano, Chrystian & Ralf, João Paulo & Daniel, Chico Rey & Paraná, João Mineiro e Marciano, Gian e Giovani, Rick & Renner, Gilberto e Gilmar, além das cantoras Nalva Aguiar e Roberta Miranda.
Duplas famosas lindas canções
Nos anos 70 e 80 uma série de duplas sertanejas fizeram sucesso com canções inesquecíveis,duplas como :Allan e Aladim, Christian e Ralf,Chitãozinho e Xororó apareceram na midia e fizeram grande sucesso com musicas inesqueciveis
EVIDÊNCIAS

História do RAP

História do RAP 

Criado nos Estados Unidos, o rap - uma abreviação para rhythm and poetry(ritmo e poesia) - é um gênero musical nascido entre negros e caracterizado pelo ritmo acelerado e pela melodia bastante singular. As longas letras são quase recitadas e tratam em geral de questões cotidianas da comunidade negra, servindo-se muitas vezes das gírias correntes nos guetos das grandes cidades. Chegou ao Brasil na década de 80, mas somente na década seguinte ganhou espaço na indústria fonográfica. 

Diz-se que o Rap surgiu na Jamaica mais ou menos na década de 60 quando surgiram os "Sound Systems", que eram colocados nas ruas dos guetos jamaicanos para animar bailes. Esses bailes serviam de fundo para o discurso dos "toasters", autênticos mestres de cerimônia que comentavam, nas suas intervenções, assuntos como a violência das favelas de Kingston e a situação política da Ilha, sem deixar de falar, é claro, de temas mais prosaicos, como sexo e drogas. 

No início da década de 70 muitos jovens jamaicanos foram obrigados a emigrar para os EUA, devido a uma crise econômica e social que se abateu sobre a ilha. E um em especial, o DJ jamaicano Kool Herc, introduziu em Nova Iorque a tradição dos "Sound Systems" e do canto falado, que se sofisticou com a invenção do scratch, um discípulo de Herc. 

O primeiro disco de Rap que se tem notícia, foi registrado em vinil e dirigido ao grande mercado (as gravações anteriores eram piratas) por volta de 1978, contendo a célebre "King Tim III" da banda Fatback. 

O Rap, a principio chamado de "tagarela", ascende e os breakers formam grupos de Rap. Em 1988 foi lançado o primeiro registro fonográfico de Rap Nacional, a coletânea "Hip-Hop Cultura de Rua" pela gravadora Eldorado. Desta coletânea participaram Thaide & DJ Hum, MC/DJ Jack, Código 13 e outros grupos iniciantes. 

Nesse período de ascensão do Rap, a capital paulista passou a ser governada por uma prefeitura petista, o que muito auxiliou na divulgação do movimento Hip-Hop e na organização dos grupos. Por esse motivo foi criado em agosto de 89 o MH2O – Movimento Hip-Hop Organizado, por iniciativa e sugestão de Milton Salles, produtor do grupo Racionais MC's até 1995. O MH2O organizou e dividiu o movimento no Brasil. Ele definiu as posses, gangues e suas respectivas funções. 

Nesse trabalho de divulgação do Hip-Hop e organização de oficinas culturais para profissionalização dos novos integrantes, não podemos esquecer de citar a participação do músico de reggae Toninho Crespo. Este trabalho teve sua continuidade no município de Diadema com o profissionalismo de Sueli Chan (membro do MNU - Movimento Negro Unificado). 

Desde seu surgimento, nos anos 70, numa Nova Yorque violenta como nunca, o rap impôs a discussão de questão negra. Os Estados Unidos viviam então a ressaca de conflitos raciais que incluíram desde o pacífico movimento pelos direitos civis de Marti Luther King até a militância armada dos Panteras Negras. No Brasil, o debate se intensificou após a projeção do grupo americano Public Enemy, na segunda metade dos anos 80. Seus clipes mostraram um novo mundo de idéias para os rappers brasileiros. Grupos como Racionais e DMN admitem Chuck D & Cia. como influência maior. Os ícones Malcolm X e Martin Luther King tornaram-se leitura de cabeceira. 


O HIP HOP no Brasil 

No Brasil, o Hip-Hop chegou no início da década de 80 por intermédio das equipes de baile, das revistas e dos discos vendidos na 24 de Maio (São Paulo). Os pioneiros do movimento, que inicialmente dançavam o Break, foram Nelson Triunfo, depois Thaíde & DJ Hum, MC/DJ Jack, Os Metralhas, Racionais MC's, Os Jabaquara Breakers, Os Gêmeos e muitos outros. Eles dançavam na Rua 24 de Maio, mas foram perseguidos por lojistas e policiais; depois foram para a São Bento e lá se fixaram. Houve um período de divisão entre os breakers e os rappers, os primeiros continuaram na São Bento, os outros foram para a Praça Roosevelt. O Rap, a principio chamado de "tagarela", ascende e os breakers formam grupos de Rap. Em 1988 foi lançado o primeiro registro fonográfico de Rap Nacional, a coletânea "Hip-Hop Cultura de Rua" pela gravadora Eldorado. Desta coletânea participaram Thaide & DJ Hum, MC/DJ Jack, Código 13 e outros grupos iniciantes. 

Scrcraaantshhhh!! Empurrada pela mão negra na contracorrente do disco, a agulha arranha o vinil. Jovens pretos, garotos pobres, adolescentes enfezados saltam, dão piruetas, rolam no chão. A música não é embalo para ouvidos pacatos. A dança não é samba, malemolência, remelexo. São gestos rápidos, gingas elétricas, agressivas. As letras não falam de amores mauricinhos nem dizem que o Haiti é aqui. Os pretos e pobres berram junto com o MC, o mestre de cerimônias: "Sub - raça é a puta que pariu!!!!" O dj põe a mão no disco e tira outro efeito. Seguem-se gritos rápidos, em rimas esquálidas - pau puro contra o racismo, o desemprego, a polícia, os políticos,as injustiças... 

O cotidiano nas periferias das grandes metrópoles brasileiras pode ser hostil e feio. Mas não é estéril. De suas vielas esburacadas, está ganhando força uma cultura visceral na sua rebeldia. A cultura funk, rap, espalha-se. Não adianta procurá-la na Rede Globo, nas invencionices modorrentas das drag queens do segundo caderno. 

A cultura da periferia e dos morros está lá: na feiura do subúrbio e das favelas, onde se espalha em músicas, bandas, bailes, códigos de comportamento, gírias e sinais. Tem até um nome, de sonoridade elétrica. Hip-Hop. 

Invisível a maior parte do tempo, esse mundo só chama a atenção no momento em que deixa de ser dança e música e se torna violência. Aí como caso de polícia, vira manchete, como aconteceu na semana passada. Na madrugada de domingo 2, no Rio de Janeiro, um menino de 14 anos voltava de ônibus pra casa ao final de um baile funk quando foi morto com um tiro na barriga, de pistola automática disparada do interior de um Passat que emparelhou no trânsito. Na noite seguinte, trinta integrantes de uma galera invadiram um ônibus armados de pedras e pedaços de pau, retiraram dois rapazes que foram amarrados, torturados e mortos a bala. O menino de 14 anos iria assumir seu 1º emprego no dia seguinte.Um dos rapazes mortos era assistente no consultório de um dentista e o terceiro trabalhava como segurança numa loja. 

Eles são dezenas de milhões de brasileiros -- jovens, negros e pobres. Habitam no outro lado do espelho do país oficial, onde se fazem 3 refeições por dia, discute-se o preço das mensalidades das escolas particulares e vai-se para Miami com as crianças. Imagine ligar TV e nunca encontrar a notícia de um bom programa para fazer ao fim de semana. Ou andar por um shopping center e ser seguido por seguranças desconfiados.

Imagine que sua filha assiste ao programa da Xuxa e , em vez de se divertir fica triste. "Xuxa pensa que não pode ter negra paquita. Minha filha vê o programa e se sente inferiorizada porque nunca vai ser uma delas", afirma Willian Santiago, 38 anos, cinco filhos, promotor de bailes em São Paulo e dono de uma gravadora da turma, a Zimbabwe. 

Imagine aparecer com uma bola de vôlei embaixo do braço, chamar os amigos pra brincar na areia e os demais banhistas saírem correndo."Quando a gente aparece, sinto que quem está lá fica esperando confusão", diz o funkeiro carioca Marcelo da Silva Ferreira, o "Mopa", 20 anos. Imagine avistar um policial e sempre sentir medo."branco de cabeça raspada é universitário, preto é ladrão" Edivaldo Quirino,22 anos, o "Edique" da banda Reflexo Urbano, de Sampa."O Destino é Errado" - A música e a dança estão mobilizando os corações e mentes dos jovens dos morros e subúrbios. É um movimento jamais visto, talvez, desde os primórdios do samba, quando, antes de o Carnaval virar um grande espetáculo , bancadas e gafieiras provocavam desconfiança e até temor. 

O cenário é feio, humilde e violento. Por esse mundo paralelo eles circulam uniformizados com bonés de jogador de basquete americano, camisetas coloridas e tênis. Os bailes funk reúnem milhares de adolescentes todos os finais de semana, especialmente no Rio de Janeiro. Na Bahia terra do axé music, enormes galpões se improvisam em salões de baile que misturam funk e rap, nos bairros afastados de Salvador. Nas cidades satélites de Brasília o movimento é um estouro e, em Belo Horizonte, existem cerca de cinqüenta bandas de rap, e os shows chegam a reunir até 5000 pessoas. Em Porto Alegre, que se imagina puramente branca mesmo com o negro Alceu Collares no Palácio Piratini, os rappers agiram as ruas do centro da cidade com suas performances relâmpago, protestos mal-humorados e palavrões. 

Em São Paulo, os grupos de rap chegam a centenas, e os bailes reúnem dezenas de milhares de jovens todos os finais de semana. O grupo Racionais Mc´s já venderam mais de 500.000 discos no seu último trabalho:"Sobrevivendo no Inferno". É uma boa venda até para cantor famoso de gravadora de 1ª linha, mas é bom saber que não será possível encontrar os LPs dessa turma nas boas lojas do ramo, aquelas que têm ar refrigerado para os clientes, vendedores atencioso e cabines isoladas para ouvir a obra inteira antes de passar no caixa. São comercializados por pequenas lojas de zonas centrais das grandes cidades, onde o vendedor é também o proprietário e, às vezes ele próprio o produtor do disco. A rapaziada da periferia não tem dinheiro nem freqüentou boas escolas. Incomoda com seus modos estranhos, pelo barulho de seus aparelhos de som e por residir num mundo tão horrorosamente real que a maioria das pessoas prefere não ver. 

Os rappers e funkeiros querem berrar para que saiba que na periferia há jovens que não se drogam, não trabalham para o tráfico e ganham dinheiro honestamente. Há também na periferia jovens que se drogam, trabalham para o tráfico e ganham dinheiro desonestamente, só que são minoria, como em todos grupos sociais. Essa gente se amontoa num beco social sem saída, mas, terra á vista, nos últimos anos vislumbrou uma alternativa. Sua rebeldia com causa parece que se canaliza. Destila veneno sob fórmulas definidas: os versos longos e insubordinados do rap, a dança robótica do break, o grafite nos muros e a união em galeras para se defender - ou atacar - em grupo e freqüentar bailes funk. 

história da MPB

Música Popular Brasileira (MPB) é um gênero musical que surgiu nos finais dos anos 60 no Brasil, alavancado pelo movimento musical da Bossa Nova, que encontrava-se em declínio.

História da MPB

Para muitos, a MPB surge no ano de 1966, compondo a chamada "segunda fase da Bossa Nova". No contexto brasileiro, a época era de efervescência política, cultural, econômica diante do poder totalitário, o Golpe de 64, a ditadura militar, manifestações, censura, protestos, movimentos estudantis, a contracultura.
No ano anterior, em 1965, fora realizado o "I Festival de Música Brasileira", recebido com muito sucesso pelo público e transmitido pela TV Excelsior, de São Paulo. Diante do Sucesso do festival, no ano seguinte, a emissora promoveu, a segunda edição do evento, o "II Festival de Música Brasileira", o qual teve grande repercussão e êxito. Por conseguinte, em 1967, a TV Excelsior realiza o "III Festival de Música Popular Brasileira", a versão mais famosa de todas, que revelou vários novos compositores e intérpretes da história da música brasileira, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Elis Regina.
Paralelamente aos festivais paulistas, a TV Globo lançou o Festival Internacional da Canção (FIC), também lançando nomes da MPB, como Milton Nascimento, Raul Seixas, Beth Carvalho, Ivan Lins, e muitos outros.
Portanto, a MPB foi caracterizada pela união das técnicas da bossa nova com as ideias inovadoras dos estudantes da UNE que buscavam uma música mais brasileira, popular e menos sofisticada, como a Bossa Nova se apresentava.
Com isso, surge esse novo estilo, que muitas vezes é confundido com a música brasileira em si. Nesse sentido, vale lembrar que a MPB é um gênero musical que cresce cada vez mais, representado por muitos artistas da atualidade, como por exemplo, Gal Costa, Maria Bethânia, Adriana Calcanhoto, Chico César, Elba Ramalho, João Bosco, Lenine, Maria Rita, Milton Nascimento, Nando Reis, Seu Jorge, Tim Maia, Ney Matogrosso, Vanessa da Matta, Zeca Baleiro.
Desde o início, a MPB foi marcada por temas da cultura brasileira, com influência de uma mistura de ritmos como do rock, soul, samba, pop, reggae, dando origem a estilos como o samba-rock, o samba-reggae, dentre outros.

Músicos de MPB

Caetano Veloso

Caetano Emanuel Viana Teles Veloso, mais conhecido como Caetano Veloso, nasceu na cidade de Santo Amaro, Bahia, no dia 7 de agosto de 1942. Caetano é músico, escritor e produtor. Irmão de Maria Bethânia, cantora brasileira de MPB, participou, junto a Gal Costa, Chico Buarque, Elis Regina e outros, dos Festivais de Música Brasileira da TV Record, no final da década de 60. Algumas de suas composições: Alegria, alegria, É Proibido Proibir, No dia em que vim-me embora, Tropicália, Soy loco por ti América, Superbacana, Trem das cores, Tigresa, Terra, Oração ao tempo, Beleza pura, Cajuína, dentre outras.

Chico Buarque

Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido por Chico Buarque, nasceu no Rio de Janeiro dia 19 de junho de 1944. Um dos maiores nomes da MPB, Chico Buarque além de ser músico é escritor e dramaturgo. Em sua obra teatral, merece destaque Calabar, Roda Viva, Ópera do Malandro; na literatura Estorvo, Benjamim, Budapeste, Leite Derramado; composições musicais: Construção, João e Maria, a Banda, Cálice, Roda Viva, Folhetim, O que será, Pedaço de mim, Tatuagem, O meu guri, Mulheres de Atenas, dentre outras.

Elis Regina

Elis Regina Carvalho Costa, nasceu em Porto Alegre no dia 17 de março de 1945 e faleceu com apenas 36 anos em São Paulo, no dia 19 de janeiro de 1982. Dona de uma voz única, Elis foi uma grande intérprete brasileira que se consagrou, da mesma maneira que muitos deles, nos Festivais de MPB em São Paulo, a partir de 1966. Alguns músicas interpretadas por Elis: Arrastão, Querelas do Brasil, O Bêbado e o Equilibrista, Falso Brilhante, Madalena, Como nossos pais, Águas de Março, dentre outras.

Geraldo Vandré

Compositor, cantor e violonista, Geraldo Pedroso de Araújo Dias, e nome artístico Geraldo Vandré, nasceu em João Pessoa, no dia 12 de setembro de 1935. Ficou muito conhecido pela canção em que critica o movimento da ditadura "Pra dizer que não falei de flores" que sobretudo, ficou em segundo lugar no "III Festival Internacional da Canção" (FIC) em 1968. Tornou-se um hino do movimento estudantil, sendo portanto censurado na época da ditadura.

Gilberto Gil

Gilberto Passos Gil Moreira, conhecido como Gilberto Gil, nasceu em Salvador, no dia 26 de junho de 1942. Além de uma vasta carreira musical como cantor, instrumentista e compositor, Gil é escritor, político e intelectual. Junto com Caetano Veloso criam o movimento cultural "Tropicália" que se manifestou principalmente na música popular com letras inovadoras e mistura de ritmos. Algumas de suas composições musicais: Se eu quiser falar com Deus, Panis et Circenses, Sítio do pica pau amarelo, Aquele abraço, Joia Rara, Esperando na janela, A novidade, Expresso 2222, Toda menina baiana, A paz, Esotérico, dentre outras.